quarta-feira, 31 de outubro de 2012

110 anos da caída do Anjo Torto

Drummond, Drummond ... em quais paragens você sonha? Em que estrela você brilha?

Campo de flores
Carlos Drummond de Andrade


Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.


Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.

Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.

Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

domingo, 28 de outubro de 2012

Village Café - Cidadania



O exercício da cidadania de hoje foi moroso, quente, lento ... esperamos que os eleitos não fiquem com esse estigma e façam, ao menos, suas obrigações.

sábado, 20 de outubro de 2012

Village Café - 21 de outubro

DIA DO POETA: um afago aos que fazem do poema um breve instante de vida pulsante!



Sobre Fiíca



... tua poesia hoje me falta com especial ardor: tão doce, tão espartana, tão bela de unhas impecavelmente vermelhas, tão minha, tão eu, tão de Deus ...
Seus corações comigo carrego, como se pudesse sentir o seu batendo pertinho do meu ...

Pequenas Epifanias

Às vezes falar não é necessário ...
Sentir permite a articulação de qualquer discurso que ainda não alcancemos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

15 de outubro

Em meio a uma infinidade de adversidades, nas quais a capacidade de amar o próximo é testada constantemente, é por razões como ESTA que tudo vale a pena.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

...




Somos fortes ... sim, somos.
Somos cúmplices de felicidade.
Somos admiradores do ininteligível.
Somos um, somos ímpares.
E, por tudo isso, somos LIVRES na imensidão do universo que nos compreende e nos apreende.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sobre Almas






Não entendo porque tanto medo das verdades ... sinceridade virou escória da humanidade ...
O mais engraçado é que não lidamos com máquinas ... eu não sou uma máquina, sou ALMA.

Sobre o Astro Rei




Hoje meu dia foi triste - pesado para ser mais exata. Aí fico procurando explicações (mesmo com o EAD me paquerando) para coisas que me parecem mal explicadas ... mas já que pessoa alguma me explica que diabos é a simetria, dormirei sonhando com um anjo também inexplicável porém muito amado ...