A Sisina Peruzin
Maria Bonita era bonita.
Dizia-se tranquila, serena quando na verdade era tempestade.
Esbravejava como trovão tardio que reclama a sua existência.
Faceira feito brisa em pleno verão brasileiro, Maria Bonita conseguia o que queria.
Travava lutas romanescas com tudo que discriminava os mais necessitados.
Dava luz à escuridão daqueles que julgava serem cegos.
Alimentava as esperanças daqueles que já não a tinham.
Sonhava.
Sonhos possíveis e impossíveis a rodeavam feito bambolê na cintura.
E ela dançava, contornando forma imprevista e vivenciando aquilo que só existia no etéreo.
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Maria Bonita era bonita.
Amava e era amada.
Recitava e era recitada.
Sabia e era sabida.
Maria Bonita, é assim
Nuvem trigueira que procura abrigo
Borboleta precoce que sai em busca do desconhecido
Mas que sempre retorna ao conhecido
Traçando um caminho que possa encantar o seu inquieto coração.
É assim que é Maria Bonita.
Bonita, a Maria.