segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Maria Bonita I

 A Sisina Peruzin

Maria Bonita era bonita.
Dizia-se tranquila, serena quando na verdade era tempestade.
Esbravejava como trovão tardio que reclama a sua existência.

Faceira feito brisa em pleno verão brasileiro, Maria Bonita conseguia o que queria.
Travava lutas romanescas com tudo que discriminava os mais necessitados.
Dava luz à escuridão daqueles que julgava serem cegos.
Alimentava as esperanças daqueles que já não a tinham.

Sonhava.
Sonhos possíveis e impossíveis a rodeavam feito bambolê na cintura.
E ela dançava, contornando forma imprevista e vivenciando aquilo que só existia no etéreo.
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Porque a vida ela queria.

Maria Bonita era bonita.
Amava e era amada.
Recitava e era recitada.
Sabia e era sabida.

Maria Bonita, é assim
Nuvem trigueira que procura abrigo
Borboleta precoce que sai em busca do desconhecido
Mas que sempre retorna ao conhecido
Traçando um caminho que possa encantar o seu inquieto coração.

É assim que é Maria Bonita.
Bonita, a Maria.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobre desconsertos

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O sono escapuliu por uma fresta qualquer e estou  aqui pensando na minha necessidade em aprender a tocar violão. 

Isso realmente é engraçado porque até ontem eu tinha  necessidade em aprender a fazer arte ... é, fazer arte, ser uma artesã. Fico pensando na Moça tecelã da Marina Colasanti , na minha amiga Giane Mussi e no Rodrigo Flauzino que fazem arte ... e penso como eles realmente são felizes em manusear sentimentos.

Revirei meus filmes ... todos eles ... separei aqueles que realmente me fazem chorar e decidi assisti-los todos, não porque quero chorar mas por serem  belos. Ah, e lembrei que não tenho coragem de assistir a  Marley & Eu ... não, não posso ... choraria incessantemente por três longos dias. Eu sei disso.

Procurei, também, aquele meu caderninho cheio de anotações epifânicas, tanto as minhas quanto de todos os escritores que admiro e cheguei a conclusão que sou muito presunçosa. Afinal  minhas anotações não deveriam estar juntas às epifanias daqueles que realmente são ...  e onde está meu caderninho?

Agora estou aqui, ouvindo pela milésima vez Need You Now, de Lady Antebellum e não sei o que fazer ... talvez eu deva tentar dormir escutando outra música, não sei ... talvez eu deva tentar arrumar tudo o que eu tirei do lugar ... é, talvez seja isso.  

Talvez seja só saudade e uma inquietação que me impulsione a aprender a tocar violão para consertar tudo aquilo que não me compreende ... apenas isso.