domingo, 14 de agosto de 2011

Sobre cartas

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Há tempos eu queria escrever uma carta para você. Uma carta singela, de poucos versos que sugerissem muitos reversos. Daquelas inesperadas pela chegada, mas fatídicas pelo destino.

Nela eu pensei em compor uma melodia que fizesse você dançar, que vibrasse vida a cada nota imprecisa e o contaminasse com a mais sincera alegria.

Queria, também, que você se identificasse com cada palavra não dita, com cada palavra omitida e percebesse que as que forem escritas, foram realmente sentidas.

E talvez você pudesse guardar para relê-la nas horas que tudo parecesse cinza e entendesse que seria preciso colorir de arco-íris.

Nessa carta eu revelaria tudo o que eu soubesse ser, sem olhos fugidios porque os meus já estariam presos aos seus.

Poderia, também, citar suas canções preferidas para embalar a saudade de tudo o que não conhecêssemos, de tudo que ainda não fossemos.

Seria uma carta perfumada para que você quisesse e esperasse a próxima ... com um selo delicado em preto e branco, no qual você reconhecesse a mim ...

E assim, com essa carta, talvez eu dissesse tudo aquilo que eu ainda não sei te dizer, mas que me é,  indelevelmente.

Queria escrever para você.