quarta-feira, 30 de maio de 2012

Do momento

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Era assim. Encontrava-se em estado de graça toda vez que se amavam. Gostava do aroma que exalava a mistura dos corpos a aromatizar o ambiente e a tomar a sua consciência.

Adorava a ansiedade da espera. Ao vê-lo adentrar, olhava-o com curiosidade desconhecida, como se fosse a primeira vez,  e descobria mil novos detalhes que a faziam mais atenta.

O toque, o beijo disparavam-lhe a leveza da entrega e cedia em sentimentos mais íntimos na ânsia de se sentir dele ... somente dele. Mas a entrega, aquela que entorpece todos os sentidos, só acontecia depois do amor.

Amavam-se. Sim, amavam. E depois entreolhavam-se despidos de qualquer reserva, cúmplices ao momento em que se pertenciam.

Ela, então, permitia-se mergulhar nas profundezas do negro de um olhar que a intuía e, somente neste momento, entregava-se por inteiro ou o que tinha de melhor, perpetuando e  entendendo o tempo momento.

Era assim. Era amor. Ela amava.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Da arte I

Arte - substantivo feminino na morfologia e na alma - é a demonstração do sentimento do ser denominado humano.

Encontra-se em diversas formas, cada qual demanda o seu criador. 

Muitas vezes existe, mas não há ... 

Outras vezes insiste e não persiste ...

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Ora grita e não ecoa, ora emudece mas não se cala ...

Trilhou caminhos sem trilhos,

Voou sem asas,

Ganhou títulos  e não intitula-se,

Foi e não é  ... 

E talvez nunca seja porque não quer ser.

Apenas forma e des-forma, no momento em que lhe ajustar, como a alma de mulher.

Da poeira celestial

Certa vez conheci um apanhador de estrelas, desses que viajam em caudas das que são cadentes. Era todo saudade ... saudade daquilo que não o era permitido ver mas que o sentia sabiamente.
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Contou-me sobre  galáxias,  explosões estelares e me fez sentir o brilho de uma supernova.

Ensinou-me, também, que os olhos são portas para a imensidão do universo, onde saudades alheias convergem em direções que reluzem caminhos nunca antes imaginados.

Concretizou sentimentos meus que volitavam em completa abstração no sentido em que as forças insondáveis os atraíssem porque eram imensos ... sim, eram imensos.

E imensos ficaram os sonhos meus porque esse apanhador de estrelas certa vez existiu, certa vez coexistiu e agora vive brilhando em meus sonhos feito poeira celestial, espalhada por todo o meu ser.